Querer...
Quero que no meu mais profundo grito se abrigue o sangue visionário das memórias
Quero que todos os instantes sejam visões de remotas ilhas inexplicáveis
Onde o assombro começa nas chagas das papoilas
E os porquês egípcios rejubilam nas maçãs do rosto de um qualquer tempo imaculado
Quero perdurar por dentro da circuncisão da terra e revelar o segredo íntimo das medusas
E esperar... esperar que os corpos se ergam como fotografias de mármore
Depois quero voltar ao instante em que os dedos cansados desenhem ternura num papel imaculado
Mostrando-me os vertiginosos arquipélagos que despertam na orla embriagada das gaivotas.