Que se dane o mundo..
Magro sopro aflito....lento desfiar de horas...eira trigo Egipto
Mordaça na boca a tapar verdades...caule de palavra...zinco de saudades
peito de enseada...abrigo de instante...sonho de bocejo...pétala reluzente
Hemisfério de vida...ópio ocultado...acaso de beijo...acaso de ferida
Num instante vejo...ternura aguardada,,,num instante perco...o fio da meada
Num claro-escuro brilho...despojada fonte...a água já não corre...já só sobe o monte
Fantasma de ventre...pertinaz aurora...chega de ser gaze...posta na ferida que chora
Chega de ser fundo...chega de ser poço...vi o fim do mundo...a naufragar num troço
De estrada sem sala...lenta vasta insana...vi fome na bala...vi sombra na cara...que dispara
O fogo o fumo...o cristal do ar...que se fine o cheiro...que se dane o mundo...inteiro.