Na boca eclodia a simetria de um beijo
Tive uma vida que se acendia nas horas de incerteza
Tive uma queimadura que estrangulava a minha vontade de buscar a madrugada
Na boca eclodia a simetria de um beijo
Na profundidade da chuva vivia o salgado de uma cidade
Quem diria que cada coisa tem o perfume de uma brisa transparente
Quem diria que da veloz combustão do poente nasce uma nova artéria...uma vida
E que no anis das ondas o silêncio ergue a profundidade do seu olhar
Juro que vi a branca flor do tempo a acenar ao galope da vida
Juro que vi o rumorejar azul do céu a entabular conversa com o florescer do sonho
Abrupto lençol de luar a espalhar vazio pelas paredes lisas
Adejante nuvem a sibilar esquecimento nos cedros do tempo
Na embocadura de um jardim perdi a ardente frescura da manhã
E ri-me...porque tracei um círculo à minha volta com o vazio das estrelas
E descobri que por dentro de mim levitavam ilhas e esvoaçavam peixes.
Como subtilezas de magnólias enlouquecidas.