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Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

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Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

As tarefas destinadas às mulheres em 1967

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 De onde acham que vem esta imagem? Muita gente não sabe, mas isto é a contracapa do Livro da Primeira Classe de 1967. Como vêem era um livro muito educativo, que logo no início exemplificava as tarefas mais indicadas para as meninas. Hoje quem se atrevesse a publicar um livro destes, teria (no mínimo), direito a várias manifestações à porta de casa.Pode parecer-nos incrível como as crianças,(e os pais), eram  manipuladas, e não era sub-repticiamente, era mesmo à descarada. Este era o pensamento de Salazar exposto em desenho, e incluído no sistema educativo da altura.

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Profanadas foram as calçadas

 

Profanadas foram as calçadas

Infinitos foram os beijos e as esperas

Boca de anis a dividir as tardes

Boca de sol a fitar os ventos

Infinitos gestos a amar as brisas

Luz de colinas a suplantar as horas

Brancura de prantos em rostos repentinos

Náufrago de luas atadas aos olhos

Em todos os gestos as aves despontam

Esquemáticos céus dançam nas algas

E os poemas desfazem-se no verde da espuma.

O mundo navega na voz das medusas

E o amor acende-se nos castiçais puros da memória.

 

No meu vazio dorme o sorriso de um amor leve

 

No meu vazio dorme o sorriso de um amor leve

No meu vazio há uma chuva violenta que floresce nas estrias da luz

No meu vazio dispersa-se a pureza das gotas que alimentam o orvalho

 

Suspendo o meu olhar sobre a noite azul

Desmaia sobre mim o silêncio da espuma

O bico de uma âncora desponta na areia

Como se fosse nada...e eu fosse...

A transparência de tudo.

 

Na perfeição exata das flores

Galopa o eco imaginário do mar

 

Quebra-se a distância de um rosto antigo

Um nome sem rua ergue-se nos olhos dos pássaros

E eu sei que toda a terra será minha

No dia em que o meu corpo se tornar um Deus sem pátria

 

Há uma encruzilhada onde a vida se balança

Confusos pescadores soletram o nome de praias inconsequentes

Enredam-se nas redes do mar cinzento

Chamando-me com olhos de mentira

Para dentro da caverna do Destino

 

Parei o tempo na suspensão das lágrimas

Nevava sobre as profecias dos confins da carne

Era alta a noite e bela a face perdida do espaço

E eu não descobria o caminho que me levasse

Para junto do riso da primavera.