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folhasdeluar

Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

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Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

História (de)vida.#1

Foi em fevereiro de 1921 que ela nasceu. O local era uma qualquer vila perdida no meio do vasto Alentejo. Foi à escola e fez a 4ª classe com distinção, como atestava o diploma daquela altura. Cresceu e o pai queria que ela casasse com um rapaz que ele próprio escolheu. Ela não aceitou. Ela gostava de outro rapaz.Belo, louro, de olhos azuis. Fugiram,ela engravidou e tiveram um filho. Belo, louro, de olhos azuis. Foram felizes. Mas houve um dia em que ele começou com uma tosse cava, profunda, era a tuberculose a dar o seu sinal. Não havia cura. Corria agora no ano de 1949 ela tinha ficado viúva e tinha a seu cargo um filho com 7 anos. Sozinha, não tinha forma de lhe dar a educação que ela entendia que o filho devia ter. Ela sabia que a educação e os estudos eram essenciais a quem queira singrar na vida. Pediu a uma pessoa de família que trabalhava em casa do Governador Civil do seu distrito se arranjava forma de colocar o filho na Casa Pia. E foi assim que ela veio para Lisboa. Ela não podia viver longe do filho. Mesmo assim, o filho sentiu-se abandonado. O filho nunca quis entender as razões da mãe. O filho nunca lhe perdoou o facto de ter sido enviado para uma instituição de caridade. Hoje, dos dois já nada resta., apenas estas palavras  recordam a sua história.

 

Nada Importa, só é importante viver!

A vida é absurda... devemos então vivê-la alegres, devemos matar em nós todo o sentimento de tristeza porque é muito mais absurdo vivê-la de forma triste, a palavra que todos os dias devemos utilizar é: disfrutar! Disfrutar de tudo o que o dia nos trás, disfrutar das chatices, rir-mo-nos delas como se fossem piadas contadas pelo destino. Devemos atingir uma espécie de nirvana que nos trará um estado de alma em que nada importa e tudo é alegria. Afinal a vida é isso mesmo Nada Importa, só é importante viver!

Soturnamente sós!

Vivemos numa miserável irrealidade
Recusamos a nossa pouca vida
Sem entendermos que ela é nossa pertença
E que podemos usá-la como aprouvermos
Ao acordarmos na manhã mais cinzenta

Podemos rolar do colchão
Premir o botão e mudar de canal
Escolher o canal da Razão vertiginosa
Lá há sempre qualquer coisa realizável
Num sítio ou outro podemos ser nós.
Podemos viver estólidos..ou viver de imaginação
Deixemos o mundo tangível tilintar lá longe
Parado como  uma imagem desfocada...
Feita de memórias esquecidas...
E de contornos translucidamente inítidos.
Recorramos a essa imagem do mundo
Apenas como uma ideia guardada pela inutilidade
Das coisas que ostentamos na lapela como uma medalha
Ou que colocamos numa moldura
Estruturalmente voltada para a parede
Para que nos lembremos de a olhar ...de longe...
Paremos de catalogar sentimentos...amemos sofregamente...
E não nos apaguemos como uma cova noturna.

Soturnamente sós!