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folhasdeluar

Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

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Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

Para além do mundo azul das águas

Já no ar baloiçam as vagas feitas de vidro

Já os meus olhos se desfazem nas dúvidas do mar

Já em mim se cruzam labirintos

Já em mim se desenha o rosáceo abismo das verdades

Gostaria que um sol florescesse em cada chão

Que uma mão agarrasse a luz das pedras

E as rochas que suportam as anémonas

Se erguessem como colunas de espanto e de silêncio

Se para além do mundo azul das águas

O sonho ousar ser mais que areia

Se o vento ousar ser mais que carne

Então o meu lugar é feito de caminhos e de teias

A rolar...sempre a rolar...

 

 

A eutanásia em debate

Há uma espécie de luta nos debates sobre a eutanásia. De um lado estão aqueles que se acham no direito de impôr aos outros a sua concepção da vida. Do outro estão aqueles que pensam que se deve dar a possibilidade de escolher (entre viver ou morrer), a quem já não tem esperança e está em sofrimento, mesmo que esse sofrimento seja mitigado pelos cuidados paliativos. De um lado está uma maneira de ver as coisas imposta pela Igreja Católica, do outro lado estão os que acreditam que democracia é dar a possibilidade de escolha, uma possibilidade livre de dogmas e de falsas ideias de legalização da morte. Legalizar a morte é o elemento básico dos detratores da eutanásia, esquecem uma coisas tão simples como esta: é que quem não quiser praticar a morte assistida tem todo o direito de o não fazer, só podemos é negar essa possibilidade a quem está no fim da vida e não encontra razões para viver mais tempo em sofrimento. Dizem os que são contra que o que é preciso é desenvolver os cuidados paliativos, como se isso resolvesse o problema do sofrimento psicológico de quem já não se sente com força para enfrentar o seu fim. Nesta divergergente concepção de vida, uma coisa é certa, ninguém deve impedir ninguém de fazer com a sua vida o que bem entender.

O esplendor das palavras

Há na poesia uma maneira intensa de dizer coisas que não sabemos. Há na poesia uma ligação à alma que deseja exprimir-se de uma forma por vezes suave e outras vezes violenta. O esplendor das palavras não está nelas próprias. O esplendor das palavras está naquilo que os olhos vêm, nas coisas que a alma sente. O esplendor das palavras está no instante inexcedível em que o poema nasce e que obsessivamente que sair do nosso corpo, como um filho, ou como algo que nos possui.