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folhasdeluar

Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

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Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

Qual deles é o mais livre...

 

Qual deles é o mais livre?  aquele que diz: - eu posso ;ou aquele que diz : - eu quero!

 

Segundo os gregos a liberdade era entendida como a liberdade de movimentos, então o" eu posso ir" era o critério de liberdade e não o "eu quero ir". Schiller "afirmava que não existe outro poder no homem que não a sua vontade", e tanto no eu posso como no eu quero está manifesta a vontade do homem. A vontade que vem do interior do homem passa também a ser o exterior, mas a vontade é apenas a força motriz do homem porque a realização da vontade está no eu posso, deste modo é mais livre aquele que realiza e não o que quer realizar.

 

 

O tempo não me reconhece

Nunca de mim saí... nunca me desenhei

Todas as minhas formas são presságios de sombra e de lua

Todo o meu sentir não passa de um sinal inscrito no destino

Todas a minhas palavras pertencem à mitológica sombra das verdades

Mas eu não sou mais que uma onda a aportar a uma praia deserta

Não sou mais que um penedo a apontar para a descrença dos céus

O tempo não me reconhece

As manhãs são varandas de silêncio

O tempo é um labirinto onde me perco

E a sombra que projecto nas paredes

É a única verdade de mim...

 

 

Lá vão eles...

Lá vão eles...barcos de chão e de terra

Barcos puros...barcos que arremetem contra a coragem tardia das águas

E povoam a negritude dos mares

E desejam ser apenas barcos...leves...

Como crinas de cavalos sulcando as águas...

Instantes

 

Inventamos mundos como saltimbancos sem palco

Devoramos a aspereza de uma sorte que não compensa

Paramos a alma...entre o que vemos e o que não sabemos

Como instantes escuros...como finas terras...como carnívoros medos

Tudo em nós voga entre o silêncio e a água dos rios

Tudo se desfaz em torvelinhos de melancolia

Mas não acertamos o passo com a música da flauta

Não reconhecemos o engano de sermos séculos de fome e solidão

Erguemos os olhos e vemos a divisão do nada

Como poemas cruéis dizemos que somos a artéria esculpida dos deuses

E juntamos as cores como pássaros austeros

E corremos atrás da ferrugem das preces

Até que nada nos separe dos céus que criamos dentro de nós...

A custo...