Há um preço em cada gesto
Há um preço em cada gesto
Em cada mão reside a obsessão da vontade
Como uma sombra feita com a métrica da espuma
A vida é uma mitologia debruçada sobre as flores dos nenúfares
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Há um preço em cada gesto
Em cada mão reside a obsessão da vontade
Como uma sombra feita com a métrica da espuma
A vida é uma mitologia debruçada sobre as flores dos nenúfares
Qual deles é o mais livre? aquele que diz: - eu posso ;ou aquele que diz : - eu quero!
Segundo os gregos a liberdade era entendida como a liberdade de movimentos, então o" eu posso ir" era o critério de liberdade e não o "eu quero ir". Schiller "afirmava que não existe outro poder no homem que não a sua vontade", e tanto no eu posso como no eu quero está manifesta a vontade do homem. A vontade que vem do interior do homem passa também a ser o exterior, mas a vontade é apenas a força motriz do homem porque a realização da vontade está no eu posso, deste modo é mais livre aquele que realiza e não o que quer realizar.
Em cada horizonte vejo a esperança...em cada muro sinto o musgo do tempo a acenar...
Em cada luz cresce uma sombra... em cada pedra nasce a surdez do eco...
Nunca de mim saí... nunca me desenhei
Todas as minhas formas são presságios de sombra e de lua
Todo o meu sentir não passa de um sinal inscrito no destino
Todas a minhas palavras pertencem à mitológica sombra das verdades
Mas eu não sou mais que uma onda a aportar a uma praia deserta
Não sou mais que um penedo a apontar para a descrença dos céus
O tempo não me reconhece
As manhãs são varandas de silêncio
O tempo é um labirinto onde me perco
E a sombra que projecto nas paredes
É a única verdade de mim...
Este é um dos absurdos da nossa sociedade...violam-nos a privacidade e ainda querem que sorriamos...
Lá vão eles...barcos de chão e de terra
Barcos puros...barcos que arremetem contra a coragem tardia das águas
E povoam a negritude dos mares
E desejam ser apenas barcos...leves...
Como crinas de cavalos sulcando as águas...
Tarde de sombras e corais
Tarde densa de fome e de espuma
Onde a agudez dos pinheiros assoma
Rasgando o céu de neblina e de bruma..
Já de ti bebo os passos
Já em ti se enrolam os meus braços
Enquanto as pombas brancas esvoaçam
Num fantástico bailado de amor...
Inventamos mundos como saltimbancos sem palco
Devoramos a aspereza de uma sorte que não compensa
Paramos a alma...entre o que vemos e o que não sabemos
Como instantes escuros...como finas terras...como carnívoros medos
Tudo em nós voga entre o silêncio e a água dos rios
Tudo se desfaz em torvelinhos de melancolia
Mas não acertamos o passo com a música da flauta
Não reconhecemos o engano de sermos séculos de fome e solidão
Erguemos os olhos e vemos a divisão do nada
Como poemas cruéis dizemos que somos a artéria esculpida dos deuses
E juntamos as cores como pássaros austeros
E corremos atrás da ferrugem das preces
Até que nada nos separe dos céus que criamos dentro de nós...
A custo...