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folhasdeluar

Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

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Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

Ajudar ou ser ajudado...uma luta de egos...

Tendo a concordar com Schopenhauer quando diz que ninguém deseja ajudar os outros; pelo contrário , as pessoas apenas pretendem dominar e aumentar o seu próprio poder. Se receber ajuda é ficar de alguma forma em favor, aceitar ajuda significa prescindir da sua liberdade e submeter-se ao poder dos outros. Nunca é fácil aceitar ajuda, é muito mais fácil ajudar porque isso engrandece o ego daquele que presta a ajuda, ao mesmo tempo que empobrece o amor-próprio do que tem necessidade de ser ajudado.Claro que a ajuda tem múltiplas facetas, pode ser financeira, mas também pode ser espiritual, como seja escutar os desabafos de alguém, ou ter outra forma qualquer, mas, em todos os casos, há a dependência de quem é ajudado.

Acho, por isso, que ninguém gosta de ser ajudado, mas que por vezes é impossível recusar a ajuda que, em boa verdade,  leva as pessoas a ficarem dependentes dos outros.

 

Nas praias onde o vento corre forte e nu

Nas praias onde o vento corre forte e nu

Onde os presságios se transformam em chagas

E os mistérios se encontram entre a sombra e a luz

Escuto as vozes que se erguem do crepúsculo e do fogo

Sinto o frio que percorre as metáforas do meu corpo dissonante

E encontro na magia das algas a transbordação eufórica do sonho

Aqui começa a distância que não percorro

Daqui saem os sinais salgados da esperança

Por aqui passam metrópoles e vozes de barcos errantes

Aqui ergo o meu tridente por detrás da noite

Que se senta nua...sobre o meu corpo enigmático.

Já muitas vezes quis cavalgar os relâmpagos do acaso

Já muitas vezes desisti de ser destino

Mas também já acordei no coração de uma tempestade

E abri os olhos à agonia imaterial dos veleiros

Como se fosse um peito aberto...florido...imaginário

Ou um cais desperto ao logaritmo das palavras

O que me faz perder na absurda linha do horizonte

É se há um local...onde eu possa nascer dentro de uma nuvem de silêncio

E erguer-me como um fogo irrepetível

Ao mesmo tempo que me transformo na geometria intemporal dos astros

E me torno no poema...que nunca foi escrito...