Procuro nem sei bem o quê
Respiro as fragrâncias escondidas na insónia
Pelo meu corpo passeiam-se as linhas proibidas
O meu corpo pulsa sempre que procuro o vento
Não há nada de inexplicável no breve instante em que o mar penetra em mim
Há apenas uma obsessão de ser eu
Há apenas um mundo escuro sem portas nem janelas
Um mundo cheio de canais onde se pode percorrer as horas de ninguém
Procuramos esse sonho essencial...essa amostra de nós
Queremos que as nuvens alarguem as fronteiras que ainda possuímos
Queremos que o horizonte nos banhe com as batalhas que perdemos
E que o vento faça ecoar a flauta que se esgota em nós
Procuro nem sei bem o quê
Será aquele instante em que o mundo se revela ?
Ou será que nunca aprenderei a escutar o que resta das paisagens?
Talvez na languidez da chuva acrílica eu encontre os despojos dos astros
Ou no caos das marés eu deponha a minha esperança
Não há respostas às perguntas que faço às areias do deserto
Ergo-me...purifico-me...sou o peixe voador...
Caindo por detrás de um ocasional ...copo de vinho...
Que misturo com o fel que me corre no sangue...