Enfim...
Chegará o dia em que eu levantarei os olhos
E numa voz cansada de saudades
Direi as palavras que abafam o meu peito
Chegará o dia em que a luz que declina sob os meus passos
Refletirá a minha imagem que arde na sombra de um tempo que partiu
E...como se o vento norte soprasse por dentro de mim
Erguerei os braços... com a lentidão dos dias cingidos ao meu corpo gasto
Enfim... serei a límpida imagem de uma corpo recluso e naufrago
O espelho descontente...a lembrança que foge ao declínio da sua luz
Discretamente... baixarei os braços
Serei a moldura desenquadrada que fugazmente procura o repouso das águas
Ou...a janela que se abre para o cais solitário
Onde os sons cristalinos são uma fugidia ilusão de vida...