Sozinho...
Não importa quem faltou naquele dia
Estavam lá os que sabiam o meu nome
Estavam lá aqueles que nunca me faltam
Estavam lá os que crescem na minha vida como que passa a rasurar os dias
Os que conhecem os sabor das fogueiras na praia
E que regressam...sempre que as castanhas despontam nos ouriços...
Encostado a estes cedros meço o meu tamanho
Tenho a altíssima aura destes cedros que plantei..cresci com eles...podeios
E mesmo quando a névoa desponta nos seus galhos...e o frio se desprende das manhãs
Eu vejo toda a altura do meu sonho...
Se eu consentisse eu saber quem fui no meu passado
Se eu quisesse saber que marés a minha vida vazou
Encontraria uma medida para mim...saberia a que sítio regressar
Como uma criança a quem trocaram as voltas na noite
Mas acabou por encontrar a falésia branca de onde não caiu...
Na transparência de mim...seguro o queixo...prego os olhos na face de alguém que passa
Não falo...esqueci a mornura das palavras
Volto sempre a este lugar...mais feito de gestos do que se respirações
Habito as amarras sólidas do poente...sozinho...