As horas vazias..
As horas vazias...as tardes encantadas
Sagrada fonte esquecida na noite
Penumbra...janela iluminada...
O corpo cobre-se de palavras...
E a vida escorre pelas linhas desfocadas
Semente de astro...pele de seda
A lembrança ecoa na melancolia
Rugas de ferrugem esperam o dia
E a alma...extasiada...
Arde nas chamas inúteis das veredas
Lembro-me desse regato de águas quase rasas
Lembro-me da sede das aves e da volúpia das pétalas que flutuavam
Lembro-me de mim...a sorrir...
Consola-me dizer que acordei agora
Embora me faltasse o tempo para dormir
Consola-me o respirar da tarde...e o crepitar do relógio da sala
Que ali está...pregado na parede...parado
Enquanto conta as horas que não param nunca.
E eu...esmagado...