Raízes
Vejo traços de solidão em cada manhã enregelada
Vejo pétalas de rosas deslumbradas
Quando a minha mão repousa nas gotas da geada.
E pergunto à terra e às raízes
Se os olhos da primavera se cobrem de cores
Se as ervas temem os deuses das trovoadas
Quando no chão despontam rastos de vidas
Pela terra amortalhadas.
E sento-me na noite que começa na primeira estrela
Arrasto um traço de fé em cada madrugada
Sentar-me na penumbra não me assusta
Deslumbra-me sempre o eixo retilíneo de cada estrada
Porque sei que há um rasto em cada inverno
Que desemboca sempre...sempre...
Nos braços austeros de uma luz queimada.
Que me impele a ser palavra...a ser cometa...
A ser nada.