Dialectos...
Nestes meus olhos desfizeram-se os mundos
No clarão das folhas diluíram-se os dias
Nas pedras construíram-se inacessíveis poentes
E mesmo assim ainda fui eu...
Há um dialecto inexorável em cada ruga
Poeiras raras repousam nos corpos cansados
Onde vestígios de verdades desfilam
Imolados na febre ansiosa do mar...
Porém...não há amarras na penumbra dos lagos
A solidão serve de tapete a quem se gasta
Os céus adormecem na ternura dos lírios
E os homens murmuram palavras de inquietude
Enquanto as nuvens se desgastam no mistério inútil dos céus.
Adormeci numa ondulação de searas
Ergui depois o rosto e cumprimentei as pedras
A brisa alisava a minha breve constelação de pássaros
Eu...indiferente...perfilei-me na chuva que caía...ácida...descomunal...
Como uma prece perdida num universo de trigo...