Teia
No fino fio a teia encrespada
Na súbita folha a queda dos olhos
Aspiro o rasto do nevoeiro
Despenho-me nas asas de uma borboleta
E abraço a salinidade do crepúsculo
Clandestinas flores espalham perfeitos aromas
Metafísica de estrelas a tecer rios e nuvens
No pólen do destino abraço o mar
Nada me importa..nem sombras nem cadáveres
Prefiro esperar os relâmpagos do sonho
E ser um chão de sol que podes pisar
Ao mesmo tempo que os fantasmas deambulam pelo meu corpo.
Quero acender luzes no colapso das andorinhas
Aspergir as folhas ressequidas das avencas
Dizer que existo como um corpo ou um lago
E atar o meu destino...ao rio que me atravessa
E leve...leve...se apaga em mim.