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folhasdeluar

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Corrupção...o parente rico de Portugal.

Tenho ouvido diversas opiniões acerca da composição do Conselho Superior da Magistratura. Como se sabe houve uma tentativa por parte do governo para alterar a sua composição.Isto levantou uma grande celeuma por parte dos magistrados.  Agora vamos às opiniões. Miguel Sousa Tavares concorda com as mudanças, porque acha que os magistrados têm que ter alguém  quem prestar contas. Joana Marques Vidal acha que seria uma desgraça se a composição Conselho fosse alterada da forma que o governo queria, (agora o governo recuou). Por fim a antiga eurodeputada Ana Gomes também acha que tem que haver alterações na composição do Conselho, para que não voltem a acontecer situações como, por exemplo, a dos submarinos, onde os arguidos alemães foram condenados, e cá o processo foi arquivado,(segundo ela, por influências políticas). Ora é por isto que nunca sabemos o que fazer, e é também por isto que a corrupção continua a ser o parente rico do país. E nós continuamos a caçar gambozinos. Afinal tudo entronca na frase de Antoine Garapon, juiz francês, que extraí do seu livro - Bem Julgar - "Com efeito o que deve ser transparente não são os homens, são os procedimentos". É que por detrás dos procedimentos é que está o busílis...digo eu!

 

As horas...

Rodeiam-nos as horas. Acumulam-se no nosso corpo...as horas. Como coisas irreais. Como mãos complacentes. Como enormes cerros que temos que escalar. Uns são o sonho dos pássaros. Outros são a pedra doutrinal. Outros ainda deixam-se cair na tarde...resvalando para o centro do seu mundo.

 

Rasamos as águas em voos de ave calma. A uns chamamos irmãos. A outros chamamos divisão. A outros ainda...nada chamamos. Porque uns são o que sobra de nós. Outros são o refúgio das tardes. E o nosso tempo restante é uma cidade branca vivendo debaixo de um céu esfoliado.

 

Não há razão. Ninguém tem razão. Tombam os sonhos. Os enganos não têm nomes. O mar é um cheiro. A tarde uma adolescência. O sorriso...a casca que cai do rosto.

 

Esterilidades

À noite...quando os relâmpagos enfeitam as clarabóias e a tempestade se despe em longas horas de chuva...eu... por ali fico...misturado com as sensações e com os livros desarrumados.

 

Tenho uma gaveta onde guardo os desassossegos. Ali recolho as minhas subversões. E por entre a insubstância da chuva e o milimétrico desejo de me misturar com as imagens que me chegam da alma...inclino a cabeça...e sinto que o mundo se inclina para dentro de mim.

 

Sentado nesta metálica sensação de trágico gastar do dia...esqueço-me das pessoas ...e deambulo pela minha ascética metafísica. Não há em mim estética ou esforço. Não há em mim mais do que um olhar couraçado...pela repugnância de um falso indicador apontado a mim.

Quando o faceboock é posto ao serviço da sociedade...

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(Castelo La Mothe-Chandeniers, que estava abandonado e foi comprado pela associação D´Artagnan  por 50 mil euros)

Está a fazer escola em alguns países, a ideia da associação francesa D´Artagnan, cujo lema é “um por todos e todos por um”, igual ao dos Três Mosqueteiros. Só que neste caso o lema tem a ver com a França e mais concretamente com a intervenção na sociedade.

 

A associação foi constituída através do facebook e tem como missão identificar, comprar e recuperar o património abandonado em França. A associação já conta com 50 mil pessoas. E funciona da seguinte forma:

 

1- começa por identificar o património abandonado e em risco, como por exemplo, o castelo da imagem, cuja recuperação vai custar 2 milhões de euros. E não se pense que as pessoas têm que despender grandes quantias, o castelo e a sua recuperação vão custar apenas 50 euros a cada associado.

 

2 – contacta o proprietário e se ele quiser vender, a associação lança um pedido através do facebook aos associados e a todas as pessoas em geral. Coleta o dinheiro, compra o imóvel, faz um plano de recuperação e depois de ter o dinheiro necessário recupera-o. Mas, coisa interessante, todos os que contribuíram para a compra e recuperação, passam a ser co-proprietários do património recuperado.

 

É uma ideia interessante, que por cá teria uma difícil aplicação, uma vez que o nosso património mesmo abandonado e em ruínas, ou em risco de colapso, precisa no mínimo de 50 autorizações de várias entidades, para que se proceda ao seu salvamento.

Quem salva o Mochão da Póvoa?

 

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(Vista parcial do Mochão em 2016, intacto)

O Mochão da Póvoa é o coração da Reserva Natural do Estuário do Tejo.Tem cerca de 1200 hectares  de área, numa extensão aproximada de 10 km de comprimento por 1,2 Km de largura. Situa-se a meio do rio Tejo, entre Alcochete na margem sul e estende-se desde Alhandra até quase Sacavém na margem norte. Neste “coração” que é uma das maiores zonas húmidas da Europa, nidificam e passam o inverno cerca de trezentas mil aves. Entre elas, patos de várias espécies, flamingos, garças brancas e garças reais, corvos marinhos, águias pesqueiras, alfaiates, colhereiros, gaivotas de asa preta  e muitas outras espécies de aves migratórias. Mas o coração do parque está doente desde 2016, quando um rombo num dique fez com que a maior parte dos terrenos esteja inundada. Ora certas aves como por exemplo os patos, nidificam no chão o que quer dizer que apenas possuem duas estreitas faixas de terra onde ainda lhes é possível construir os ninhos.

 

2.JPG(Vista actual do Mochão, inundado)

Mas não se pense que este problema é desconhecido do governo ou da Agência Portuguesa do Ambiente, porque não é. Esta agência até elaborou um plano de recuperação do dique, e em maio de 2018, a obra que deveria ser de emergência, até teve honras de cerimónia presidida pelo ministro Matos Fernandes.

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(Bando de alfaiates, ave escolhida para símbolo da Reserva Natural do Estuário do Tejo)

Depois das obras aprovadas e de haver uma empresa contratada para as efectuar, descobriu-se que o problema era mais grave,(claro que tudo foi agravado pela demora na recuperação do dique) e que já havia mais rombos.

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(corvo marinho com gaivota)

E qual cereja no topo do bolo, acabo com um excerto de um artigo publicado no jornal Público.

"Por isso, o MATE sustenta que “a situação detectada não era expectável à data da abertura do procedimento resultando dos elevados níveis dos caudais do rio Tejo, que ocorreram entre os dois levantamentos efectuados – em Maio de 2017 e Junho de 2018. A ocorrência de caudais excepcionais em Março e Abril de 2018 fez com que a evolução do rombo fosse drástica e repentina, não sendo compatível a reparação do rombo com a solução definida no projecto”.

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(garça real em plena actividade piscatória)

E sabem qual vai ser a solução definitiva do projecto? Nada se vai fazer!

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(narceja)

Só espero estar enganado!

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(jovens patinhos)

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(flamingos)

A não ser que isto se torne viral e as pessoas se ergam contra este atentado à natureza.

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(garça real)

Que afinal é de todos nós e não pertence a nenhum governo.

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(flamingos)

Agora pergunto, onde anda o PAN, os Verdes, a Zero? Onde andam as vozes que só se preocupam com os animais de estimação e abandonam a vida selvagem?

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(garça branca pescando

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(gaivotas)

E é ao lado de toda esta beleza natural, que Santana Lopes sugere que se faça o novo aeroporto de Lisboa, (em Alverca onde  já existe uma base da Força Aérea), em vez de no Montijo. A este tipo de solução chama-se chover no molhado.

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