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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Os segredos do mar

Despedaçam-se os dias em pedaços de mim

Absurdas sombras agarram-se aos meus olhos sonâmbulos

São como estrelas equilibradas na confusão dos sentidos

Ou como gaivotas esvoaçando pela minha alma dispersa na tarde que cai.

 

Atraem-me os espaços abertos na férrea vontade de gritar

Atraem-me os inconsoláveis muros do silêncio

A custo descubro mais uma anémona de cinza

A custo embarco nesta inutilidade de treva e sal.

A custo me consolo de ser apenas...luz.

 

E assim chego ao ventre das coisas pousadas nos mantos do mar

Assim me afasto da tona das praias

Como se me acendesse num fastio de Vida

E me curvasse ao instante em que nasci

Para ser apenas mais uma gota de água....

A escorrer pelas escamas do tempo.

 

Ah! e aquele céu tão incerto

Aquela vertigem de sonho sepultado

Aquela ternura de deus alado

Aquele inútil campo deserto.

 

E eu...

Saltimbanco de instantes cravados no fundo indiferente do lago

Procuro apenas a cinza de um consolo

Procuro apenas o búzio silencioso

Que me conte os segredos do mar.

 

Canto...

Canta minha pedra de lume

Chora minha chama de treva

Acorda este tempo de silêncio

Arde na bruma da tristeza

Porque dentro de ti...

Há o declínio das estrelas

Tu sabes que a vida é um sol alado

E a escuridão do sonho...

É a realidade tecida sem côr nem forma...

 

Bailado...

Bailam olhos nos cometas

Bailam rios bailam prados

Bailam até os soldados

Bailam as volúveis tetas

 

Bailam faces nos espelhos

Bailam inflexíveis farsas

Bailam faróis nos desenhos

Bailam agrestes as garças

 

Bailam pragas nas esquinas

Bailam silêncios nas mãos

Baila a tarde clandestina

Baila o olhar triste no chão

Redoma...

É tempo de falar da idade dos rostos que refulgem numa redoma de pele

É tempo de falar do sossego...e dos lábios que se apagaram num mar de estevas

É tempo de voltar à vertigem dos mastros e dos poros obsessivos da noite...

 

Não encontraremos o nosso verdadeiro rosto numa fotografia

Podemos olhá-la como restos invisíveis da passagem do tempo

Podemos até dizer mentiras nos labirintos abruptos do riso

Mas a noite...essa certeza que nos conduz aos confins do medo

A noite que não podemos despir...

É uma fantasia que nos assola como uma memória feita de profundos nadas.

 

 

Quando percebermos qual é a voz das letras

Quando dissermos que não nos lembramos da idade dos desejos

Quando os dias rebentarem nas flores dos cardos

E o murmúrio do peito for feito de uma dor insuportável

Abriremos os braços...

Abraçaremos a cumplicidade das sílabas que nos falam de coisas desconhecidas

Seremos o começo e o fim...

De todas as memórias felizes.

 

 

Quando o sol se despe dos seus contornos

Invento flores gestos e vulcões

Quando as feridas se abrem na lua

E a saudade parte o caule à distância

Construo um muro de pálpebras alquímicas

Que veem os pássaros a crescer nas árvores

E tecem o vazio das noites

Com as algemas da chuva que me cai nos braços...

 

E o tempo...é um muro trémulo a tapar o sol...

A saloia- Faceboock- Novo Banco - Os nórdicos - Um preto e um branco

Depois de algum tempo afastado do blog, nada melhor que regressar com um monte de banalidades.

 

Cristina Ferreira, esta mulher não pára. Ela era a TVI, ela era a SIC e agora lá vai novamente para TVI. A Cristina é a típica saloia. Para quem não sabe, saloios são os que habitam na zona oeste. Ao saloio ninguém engana. O saloio só tem olhos para o dinheiro. Quem olhar profundamente nos olhos de um saloio, verá, lá muito por detrás da íris, um brilho de ratice. O saloio é assim como que um judeu disfarçado de camponês ou de apresentador de televisão. A Cristina, tinha um programa na SIC. O programa era realizado numa casa. Uma casa copiada da casa do Herman José...mas a atirar para o saloio. Agora a Cristina vai ser directora de programas na TVI. Que tudo lhe corra bem.

 

 

O faceboock é um país. O faceboock é o maior país do mundo em termos de “habitantes”. Tem 2600 milhões de seres humanos. Contudo parece que metade dos perfis são falsos. O faceboock tornou-se no país do ódio e da mentira. Da manipulação e da falsidade. Possui a mais poderosa das armas. A desinformação. O faceboock faz ganhar ou perder eleições. Ali não há limites para o que cada um pode fazer. Então o que fazer? Acabar com o faceboock ? Impossível!

 

 

Parece que devido à pandemia há muita gente a passar por dificuldades. Mas essas dificuldades não são sentidas por todos. Que o diga o Novo Banco. O governo corta nas ajudas a quem está desempregado. A quem perdeu grande parte dos rendimentos. Mas...parece que sempre que o Novo Banco precisa de um injecção de capital, este está sempre disponível...e sem cortes. Pergunto; não se poderia utilizar o dinheiro que o NB exige, na ajuda a quem precisa? Não se poderia adiar por um ano ou dois a injecção de capitais no NB (para os quais todos contribuímos) e usá-los em ajudas aos necessitados?

 

Os países nórdicos criticam Portugal pelas vantagens que damos aos reformados desses países. Designadamente a ausência de pagamento de impostos.

Os países nórdicos não criticam a Holanda e a Irlanda por fazer exactamente o mesmo, mas...com as empresas. A Holanda e a Irlanda são um paraísos fiscais para as grandes empresas. E ninguém se rala. É que quando toca a moralizar a economia...ai do mais pequeno que se atreva a enfrentar os grandes.

 

 

Um homem matou outro. A tiro. Um branco matou um preto. A tiro. Uns dizem que foi racismo. Outros dizem que não ouviram insultos racistas. O BE  e outros vieram protestar contra o racismo. O CHEGA veio dizer que não foi um crime racista. Quantos brancos matam brancos por desentendimentos? Haverá um racismo branco/branco? Ou haverá apenas maldade? Todos os crimes de morte são absurdos. Este não foge à regra. De nada vale incendiar as pessoas com racismos. Sabemos que há pessoas racistas. Sabemos que há brancos racistas. Sabemos que há pretos racistas. Dizer que Portugal é um país racista é desconhecer Portugal. Um homem morreu por causa de um absurdo. Mas pretender que a corda só estica para um lado é criar instabilidade. É manipular. Nada se pode fazer para evitar que certas  pessoas não gostem de outras por causa da cor da sua pele. Só uma coisa pode ajudar. A educação. O civismo. E a consciência de que somos todos seres humanos. Com pele de cor diferente.

 

E pronto.

Anjos...

Impaciente e austero arrasto-me pela terra negra

Como as folhas sem Outono ...sussurrantes e melancólicas....

O vento leva-me...para onde os homens não vão

E o meu olhar...

É uma lamparina esvoaçando pela noite...alumiando-a

Cresce sobre mim um grito pesado...

Sou o arbusto perdido na multidão ...

Sou o coveiro sepultado por Deus

Sou a enxada nas asas de um pássaro

Sou uma flor bravia...com uma alma a correr pelo céu

Sei que a terra é o ninho que me acolhe...

E que todos estamos cheios desse céu longínquo...

Que todos estamos fartos desse imenso sepulcro...

Onde Deus vive...

Quando...

Na terra as cruzes são feitas com lírios roxos e chagas...

Do Homem...

 

 

Aurora...

Florescemos no espaço e no tempo como gritos inacabados

Jazemos sob um céu perfeito... calados como pedras sob a nocturna lua

Somos coisas raras...latejantes...coladas aos sonhos...

Enleamos o medo em fios doirados e dias ternos

E enroscamo-nos como novelos retesados e sonolentos

Com a pele a estalar palavras breves que colamos aos lábios

Fumando as grandiosas espirais que os sonhos acumulam na pele dos dias

Fazemos adeus às moscas que poisam na vidraça.

Alisamos o pêlo da escuridão celeste com poemas sábios

Roçamo-nos em ternuras de cetim

Que a ausência áspera dos pássaros veste de negro

Tememos os vulcões e as sombras...

Os monges hirtos clamam por nós

E também os ritos latejantes dos dias perfeitos...

Colamos o amor na pele...

Como se fosse um sonho trespassado por canteiros de rosas inclementes

E despimos a lua com a alma retesada pela solidão

Sonolentos seguimos como estátuas sobre uma terra áspera e ausente

Porque sabemos que do mais profundo das brisas

Soprará a insondável escuridão disfarçada de ibisco florido

Mas nós queremos mais e sempre mais... sombras e ausências...livros e histórias..

E pássaros que reviram as asas sob a abóbada celeste..

Traçando círculos mornos na poalha translúcida das aguarelas

Depois...discretos...enterramo-nos nas profundas vidraças da alma

Imaginando que a dor tem asas de albatroz...

E que paira sempre como um tempo sarado...

Ou como um amor iluminado pela amanhecida e clara aurora!

 

Êxtase...

Vejo o teu corpo encharcado em volúpia

Vejo o espanto que se ergue...como a voracidade das aves

E vejo as coisas sem forma soerguerem-se nas suas asas

Não há tristeza nos corpos que se roçam

Não há mitos que façam milagres...nem há pão nos beijos Divinos...

Podemos acenar aos pensamentos..às flores..à lama...

Podemos colher o fogo...como um trigo imenso...

Podemos ser tiranos empunhando archotes

Ou ventos erguendo as almas da sombra...

Mas viveremos sempre no êxtase do grito recusado.

Velhos livros

Somos velhos livros com histórias imensas

Estrelas desbotadas..como a luz e a brisa matinal

Olhamos os corações através das palavras...

Escritas nas noites longas...em que morremos de medos.

Dissipamos o nosso olhar pelas estrelas

Entramos nelas como num palácio que não nos quer...

Refletindo a nossa sombra em lagos acetinados e sombrios...

Escavamos com as mãos nuas a solidão...

Que nos entra porta adentro...

Sobe as paredes..poisa nas mesas de cabeceira

Selvagem... como recordações rutilantes...

E nos abre um buraco silencioso nos lábios frementes...

Rasgados pelo roçar nas coisas sem importância...

Que lembram desenhos de antigos amores

E que beijam as portas das cidades...

Procurando nas vielas...as almas ilegíveis...

Ou a estrela que desponta...para nos alumiar!

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