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Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

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Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

Os pirómanos

Foi apanhado um individuo que andava pelas matas a atear fogos com um isqueiro. Parece que foram dezenas de fogos que ateou. Parece que o homem já era suspeito dessa prática.

 

Parece-me que é tempo de alterar as leis que actualmente protegem os pirómanos. É tempo de os obrigar durante o verão a usar a pulseira electrónica. Ou então a irem dormir à cadeia durante o verão e durante o período dos fogos.

Um poema...

Dizer um poema é ter os sentimentos a sair do coração

É ter os sentimentos a afagar a língua

É ter os sentimentos a beijar os lábios

Ao contrário da pintura...que é silêncio...

Ao contrário da música...que é som

Um poema que nos toca é tudo...

Pintura...música...cor...

 

Dilúvio...

Cheguei num dilúvio que encharcou a manhã

Ignorando os raios e os trovões

Reabasteci-me de flores...o leite e o mel escorreram

E rolei sobre as pedras duras e molhadas...

Acendi o lume que me aquietou

E aqueci a água num jarro de tédio...

Poderei alguma vez saber o que não me aconteceu

Se nada ficou gravado na minha memória?

Um canteiro de amores perfeitos....

Roço lentamente o corpo pelas ruas da cidade

E...enquanto a chuva me ateia com os seus segredos

Abro o meu sangue...bebo a verdade...desenlaço os enredos...

Dos rasos e discretos vulcões que pedem serenidade

Dos disfarçados Invernos inclementes...

Dos intocáveis pressentimentos...dos medos...

Dos presságios do Estio...onde dormem sonos brancos...vigiados

Das terras onde as hastes com espinhos... se disfarçam de espelhos gastos

Dos canteiros e das flores escondidas na brisa....

Das infindáveis estátuas... a pedir amor...a dar as mãos...a pedir amor...

A disfarçar os silêncios ásperos...sobre as telas mornas...

A pintarem os olhos inclementes...mascarados de giestas sonhadoras...

Rosas de olhar profundo...mistérios castos... Outonos disfarçados...

Como a trama de um segredo ancestral...insondável e infinito...

Não há nada nas nossas mãos...que o olhar não possa atender...

Nem teias na noite em branco...nem noites vigilantes...nem brisas sobressaltadas...

Nem discretas aranhas na terra mole...nem vozes nos areais desertos...

Nem retratos...nem disfarces...nem magias...

Apenas existe...entreaberta...uma pequena gelosia...

Que espera o fim da tempestade...

Como quem aguarda por uma estrela cansada...do seu próprio absoluto...

E que olha as tintas negras que a cercam ...

E que fazem sobressair na negritude do infinito...

A sua luz feiticeira... que ilumina um canteiro de amores perfeitos....

 

Retalhos...

Curiosidade de pássaro a esvoaçar medos

Gracioso retalho de vida que passa...incompleta

Aridez de pálpebra...angústia de instantes...

Fim sem princípio... nadas de tudo

Esfera que gira na alma riscada...mundo

Perdido nos dias apareceu homem

Existe no que existe nas suas memórias

Fragmentos de si...pingos de menino...lembranças

Mendigo de mundos distantes

Cisma de fé....céus brilhantes

Olhos fechados...cicatriz do mundo...esquecimento

Na côdea da esperança...a tempestade do silêncio

Deserto rítmico...paralisia de música

Metálico ponto onde tudo se fixa...e nada se fixa

Imaterial vulto...crença subjectiva

A lâmpada agreste...o círculo perfeito...

A vida!

A água...a alma...a Vida...

Pode o ciclo da água explicar a Vida? Não sei! Mas observo ciclo da água e não posso deixar de o comparar com a Vida.

 

Temos um copo com água. A Vida. Pomos o copo ao sol e a água desaparece. A Morte. Contudo essa água que desaparece vai formar as nuvens. A água que desaparece volta a cair sobre a terra. A água que desaparece volta a ser água. A água é sempre a mesma. A água nunca está no mesmo lugar. A água é sempre a mesma sendo sempre diferente. Mas a água é una. Toda a água está unida. Pelas nuvens. Pelos rios. Pela influência do sol. A água é a alma do mundo. Será esta a explicação para a alma do Homem? Será esta a explicação para o eterno retorno?

Labirintos....

Andamos perdidos nos nossos subterrâneos. Precisamos sair dessa carapaça. Dessas algemas que nos tolhem a felicidade. Raramente estamos presentes no lugar onde estamos. Raramente somos nós dentro do nosso corpo. Perdidos. Em pensamentos. Em horários. Em preocupações. Perdidos dentro de mil coisas que nos desconstroem. Perdidos ignoramos a vida. Perdidos na ansiedade. Numa ansiedade que nem sabemos explicar. Uma ansiedade interior. Profunda. Manipuladora. Como uma âncora que nos amarra ao lodo que existe na nossa profundidade. Mas de onde vem essa ansiedade? Acho que vem da procura de imitar os outros. De querer possuir o mesmo que os outros. De achar que o outro por ter um grande carro, uma piscina, é muito feliz. A ansiedade aloja-se naqueles que querem imitar os outros como uma matéria pegajosa. Come-lhes a razão. A ansiedade resulta do facto de não se querer perceber que ninguém é tão absolutamente feliz só porque tem dinheiro. A ansiedade resulta do facto de não se ter coragem de ser igual a si próprio. E vivemos cristalizados nesses subterrâneos. Nesses labirintos. Nessas preocupações. Nessa ansiedade. Sem capacidade de perceber que não estamos a nossa vida. Mas que estamos a actuar num filme fictício. Um filme do qual é preciso sair. Para entrar na nossa realidade. Porque só na nossa realidade podemos encontrar a felicidade. Que nunca é completa. Que nunca é perene. Mas que pode ser de paz...connosco próprios.

Póvoa de Santa Iria

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Vamos dar um passeio pela Reserva Natural do Estuário do Tejo.

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Os patinhos.

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Fauna diversa.

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Garça branca e pernilongo.

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Num pequeno espaço quatro tipos de aves diferentes.

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O barco que passa não atrapalha a vida do que cá estão.

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Um descança...o outro...boceja...

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As ondinhas não atrapalham o descanso.

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Um esteiro.

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Outro esteiro...lembram-se do livro Esteiros de Soeiro Pereira Gomes? Leiam para conhecer a história dos homens que nunca foram meninos.

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Em primeiro plano um pescador. Como pano de fundo a Serra da Arrábida. Entre o pescador e a Ponte Vasco da Gama...uma tristeza e uma vergonha. O local onde o dique de contenção das água desabou e que está a matar o Mochão da  Póvoa. Já há projectos de recuperação...há mais de 5 anos...e continuamos à espera. Onde estão as organizações ecológicas? A Zero. A Quercos e outras? E o PAN? Ah...já sei...estão onde estão, na televisão a mandar bitaites sobre os animais de estimação. E os animais selvagens?  Não contam? Não dão projecção? Não dão votos não é? E os vários ministérios que têm poder sobre a Reserva? Enfim...estamos sós...mas continuemos para a próxima foto

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Um bando de aves. O Mochão. A ponte Vasco da Gama. O Montijo nas brumas. E para finalizar a Arrábida.

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Mais uma foto da tristeza. O Mochão inundado. O Mochão da Póvoa é uma ilha situada a meio de Tejo. Fica em frente ( na margem sul ) a Alcochete e estende-se da Póvoa de Santa Iria até Alhandra. É local de nidificação de cerca de duzentas mil aves. A derrocada do dique veio pôr em perigo todo este refúgio de nidificação.

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Passadiço ( há cerca de 6 km de passeio pedestre, que se irão prolongar até aos 22km), ao fundo os vários cais dos pescadores avieiros.Hei-de voltar a este tema dos pescadores.

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O pessoal todo a confraternizar.

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Ainda não sei o nome deste....(Íbis-preta) cortesia de Danny the Fox

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Uma bela garça real.

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E um bar de apoio ...para quem quiser tomar um café à beira-rio. E assim se passa uma bela manhã.