Chama apagada
Olho os dias...até que o céu se esconda na minha alma.
Chamam-me os segredos escondidos do mundo...
Mas eu adormeci...
Percorro a minha a estrada...
Mais como um fim do que como uma viagem.
Nos olhos do medo há silêncios de vida
Num charco de penumbra descubro a ilusão
De estar vivo...
E há um mundo em volta de mim
A lembrar-nos de quão curtos são os dias
Tenho todos os segredos para descobrir
E todas as silvas me falam das amoras doces da primavera.
Há um rio para além deste rio
Onde os pássaros...esquecidos de mim
Acordam os cardos floridos.
Percorro este chão de hortências
Onde a eternidade da beleza supera a morte
E o medo de ontem...sugere novos dias...novas vontades..
De poder ser tudo o que é possível.
Tenho todas as sombras para descansar
E todo o tojo do inverno...para sentir...
A árdua ilusão de viver.
Olhei de frente...a vida...sem medo de me perder
Depois...descobri que ninguém se perde
Apenas percorre outros caminhos
Como se me erguesse numa estrada inflamada de luz
E a vida se arrojasse aos meus pés
A pedir-me desculpa
De ter cavado em mim a desilusão
Da chama que se apaga.