Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Impossibilidades

Que alívio devemos esperar

Dos dias que correm sobre tardes sem esperas?

Quando surgem as dúvidas

Como se fossem alvoradas de medo

E o vento sopra em caudal de fonte límpida

Sobre a nossa insubmissa vontade

De ser mais que um desassossego

Sobre a nossa vontade de usufruir

Desse tempo enlouquecido...vasto

Como se os sorrisos nos alimentassem a nostalgia

Como se as estradas se abrissem sem horizontes

E o vento...amainasse de repente...

Caindo nas palavras dos poetas

Em forma de cascatas impossíveis de controlar

Impossíveis de dizer.

Perfil de mar

Lembro-me de um pássaro

Que voava junto à horizontal linha do horizonte

Era um pássaro de vida

Como todos os outros que se recortavam no calor da minha vidraça

Era feito de brisa e beijo

Era feito de um tempo fundo

Um tempo suspenso na era da casa

Um abismo de terra ardida

Ou era apenas...um pássaro...

 

Lembro-me que um dia cairei como um pórtico sem base

Um dia vou beber os murmúrios da noite

Aqui mesmo...

No meu jardim de portas abertas para as estrelas

Onde durante o dia brancas borboletas divagam

Suspensas...na claridade doirada de um eterno desencontro...

 

É sempre o mesmo vazio a abrir-se aos meus olhos

Sempre este país de pedra e cal...de granito e lama

Sempre este não poder habitar o infinito

Sempre este perfil de mar...a encadear-me..

A alma!