As primeiras flores
Dias coloridos....prateados
Pintados com a liberdade de percorrer as ruas
Tela de tardes e horas cinzentas
Tela recriada em jardins de silêncio...
Caramanchões de tímidos desabafos
Figuras desprendem-se das minhas mãos
Figuras de sépia e de passos perdidos...desencontrados
As coisas não têm nome
São aves que flutuam na imaginação das tardes.
Hoje a madrugada terá outra cor
Será seca como uma folha que flutua na penumbra
Que dirá aquele pássaro que vem comer ao prato que está no muro?
Que sabor terá o lento debicar do pão?
Ele que não pensa na contingência do tempo
Ele que não se assusta com a intemporalidade
Come com gosto o que lhe dou
E nada mais espera
Enquanto eu reparo
Que na romanzeira
Desabrocham flores as primeiras flores...