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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Breve pele

Evadi-me do mundo

Como quem se despede da perfeição do destino

Cambaleei...na suspensão abandonada do lago

E perante a luz branca e gasta

Ouvi mil vozes semeadas no acaso.

 

Passeei como quem embala o olhar

Esqueci gestos e naufrágios

E uma alma misteriosa

Ergueu-se num anseio desconhecido.

 

Definitivamente...sei que esta rua é minha

Que os degraus que subo me acompanham

Como se não houvessem mais ruas

Nem mais certezas

 

Pedaços de noite salpicam os caminhos

Perderam-se no rumorejar das folhas outonais

Solitários pedaços...caindo um a um...

Na beleza inerte da estrada...

 

Percorri o silêncio que as aves escondiam

Silêncios de cores desconhecidas

Como ecos de passos passados

Desbotados pela sofreguidão dos dias.

 

E se um instante de mim se perder

Sei que estarei sempre...naquela casa branca

Onde o tempo me dissolveu...

 

Que trazes tu aí meu cansaço de planície?

Que gestos escondes na ondulação da seara

É vastidão de mim a implorar por mais sonhos

É a infiltração das horas a pedir mais força...mais força...

Para continuar...

 

Sei que o que sinto pertence ao tempo

É mais que tempo...

É areia a desfazer-se em ausências...

 

Neste caos feito de eternidade

Nesta presença de heróis e guerras

A tragédia de viver...está inscrita na pele do vento...

Breve pele...de vento...

A desdenhar sobrenaturais vidas.