Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Terra despida.

Tu que amoleces os sonhos em charcos de lama

Que secas a pele na quietude colérica dos dias

Acorda a carne...

Alimenta essa tua imberbe placidez

Com a secreta secura das lágrimas

Com a virtude perdida...num poço de fundo opaco

Onde a luz não chega...e as estrelas não encontram espaço

Despedaça o teu corpo nessas escuras estradas

Dobra este sol com a tua implacável vontade

Não deixes que os rios sequem nas tuas mãos

 

E..mesmo que os olhos tremam como vagabundos do silêncio

 

Guarda o teu segredo na terra despida.

 

Ai este espanto a calar a verdura do vale

Ai esta pena de pedra a estalar na carne

E este sussurro da luz a ecoar no coração

E este frio a entrançar a pele

Estas asas de grito a estalar na lonjura do espaço

Ai como eu ardo

Como fumega a minha nostalgia

De não ser mais que uma pedra

E não poder voar...

 

Asas de insónia

Sento-me neste lugar pejado

Com gritos de búzios e risos de sol

Pés marcados na pedra

Alma e coração nas nuvens.

 

Asas de insónia na verruga da noite

E o espanto de fragas

Nos cabelos de criança

A repousar num chão de lua

A esperar a curva do dia

Com esfarrapados silêncios

Que calam a miséria da secura dos olhos

E a fome de luar...