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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Na plenitude do frio.

Chove na minha fundura de olhos cavados

Já plantei o luar no jardim mais belo

Já me ergui das brumas do vazio

Já vi o sol arrefecer nas penas de uma águia

Já me vi nas mãos de um tempo exposto à nascença do dia

Já me inquietei por ouvir uma música

Cravada nas memórias de um naufrágio

E vi numerosas aves a dançarem na plenitude do frio.

 

Junto às areias concebi uma nortada

Espalhou-me em todas as direcções

Como se eu fosse uma paisagem sem noite nem lugar

Como se eu fosse um rio a desaguar nas raízes da árvore universal.



Havia um estrela

Que indicava uma passagem translúcida para os abismos

E uma chuva de sal a branquear a lua

Que estava deitada nas pingas do orvalho

O tempo arrefeceu...a pele arrepiou-se

Fechei-me num manto de coração nublado

E não houve mais tempo...nem paisagem...nem música...

Que me libertassem...

Só tu és liberdade...

Persegues sombras e espantos

Buscas a liberdade no divagar das ondas

Ferozes são os dias em que estremeces

Longas são as horas em que divagas

Vês no perfil da luz a tua imensidão

Emerges desse tropel de algemas

Como uma ave que não vê o chão

Porque voas na corrente se ergue nos tons de azul

Nesse oceano vasto e mudo

A tua liberdade encontrou o chão

Nessa água de correntezas de alegria

Onde se esvai todo peso da solidão

E é ali...junto ao mar...

Que se erguem os rastos que te guiam

Em direcção ao infinito

Em direcção ao teu labirinto

Onde não perdes de vista a verdade

Porque só tu és tu...porque só tu és liberdade...