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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

É mesmo por aqui que vou!

É mesmo por aqui que vou!

Por esta atávica rua onde perpassam espasmos de bolor

E corpos de suor...

É mesmo por aqui que vou!

Por dentro do esquecimento onde os nevoeiros se fixam

Em versos de poetas...

É mesmo por aqui que vou!

Por dentro da imortalidade dos plátanos

Pelo desmoronar das queixas

Pela desordem dos ventos

É mesmo por aqui que vou!

Pelo supremo delírio da escuridão

Pelo apodrecer dos raciocínios

Pela suprema asfixia dos séculos

E por tudo aquilo que apodrece no meu destino.

Quantas páginas tem um homem?

Quantas páginas tem um homem?

Quantas vidas paralelas existem na vida de um sonho?

A contabilidade do tempo não passa de ser uma forma de não se ser

A contabilidade das palavras não serve para nada

A não ser que...

O homem cilindre a engrenagem do tempo

E um poema desça pelo avesso das escadas

E se derrame pelas ruas e pelas portas entreabertas

Porque o homem vive na levitação dos momentos

O homem absorve em si todos os juízos

E as palavras enroscam-se nas folhas brancas como cobras raras

E os poemas enroscam-se nos homens como profissões de fé

E os homens enroscam-se em cultos irreais e incoerências vagas

E os homens...

Entram pelos sonhos da irrealidade como frases ilegíveis

E rebentam como furúnculos

E soletram como crianças

E perdem o juízo como pessoas lúcidas

Porque são o ponto máximo da vida

E têm a convicção de que é preciso viver

E sabem que têm que encaixar-se nos dias

Porque têm o direito vitalício à sua própria liberdade

E ao seu próprio...

Segredo!