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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Adormecimento

Lá onde todas as almas clamam pela redenção

E onde todos os destinos

Querem atravessar o fantástico pórtico do infinito

Porque há liberdade no sangue das aves

E as calotes polares tremem de medo

Perante o aquecimento das sombras

Lá junto à hera que escuta

As nascentes que alimentam a sede do meio-dia

Há um longo momento em que as montanhas

Se parecem com seres alados

E até onde a vista alcança

Há prata e abismos sobrepostos à saudade

Porém..nas trevas do enigma há uma alma quente

Uma alma que conhece a sombra escarpada do Destino

Como um presságio...ou uma criança que não nasceu

E que espreita por entre o verde da folhagem

A hora celestial em que os homens adormecem.

O teu corpo é um mar

Ágeis dias correm sob a nossa pele...

Do olhar soltam-se espelhadas dunas

Os vestígios do nosso corpo

Dormem injectados na face da nostalgia

Nada nos prende aqui..nem o olhar...nem as mãos

Nem as esquinas onde a vida caça seres abandonados.

 

O teu corpo é um mar onde as vagas

São vulneráveis tigres enjaulados

Ali... aniquilas a vontade de dividir os teus vestígios com a saudade

És um feroz deserto

Um pequeno orvalho que coalha a alegria

Pergunto-me se a luz vagarosa

Ainda te prende ao meu destino

Ou se simplesmente desertaste

Para dentro de uma máscara veneziana

Olhando pasmada as esquinas do Grande Canal

Enquanto eu me rendo ao temores do que não sei de ti.