Não quero abrir os olhos
Cambaleio dentro de um sonho
Não quero abrir os olhos
Não quero ver o deserto
Prefiro a tarde junto à enseada
O sal que bebo desabrochou em milhentos lugares
A névoa refloriu
Deixa que me sente junto à tua pele
Para que despertem em mim flores apaziguadas
E as minhas saudades renasçam nas estrelícias doiradas
Como uma charneca onde o mar é um desejo
E a tua casa um caminho matinal
Que eu percorro como um Adamastor do silêncio...