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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Ao longe...

Meu percurso...meu sol

Minha ilusão de ser pássaro

Minha concha onde deposito a memória das águas

Meu corpo fustigado por salinas

Não cabe dentro do meu desconsolo

Lancinantes dedos...envelhecidos ventos

Alma desarrumada no centro das sombras

Por cima de mim passam memórias...retratos

Epicentros de rostos afastados

Dispersas redes anunciam voos imprevistos

Resistências de chuva e areias

No abdómen do cansaço resiste o vislumbre de um olhar

De uma breve penedia

De um tempo pesado a sorrisos

Como chuva que improvisa o consolo dos solitários

A poeira vem de longe

Ali e sempre o infinito...o tempo

A magia sem rumo dos rostos

Ali as mãos...aqui os olhos

O encanto das dálias a acenar breves despedidas

Itinerário uno de outrora

O sonho encosta-se ao bojo das fragatas

As cicatrizes desfraldam as velas

E seguem suspensas na melancolia

E o rio... o labirinto

A alma sem peso nem combustão

Fluida como a gestação das plantas

Inocente como uma pétala...mineral e inconstante

As nuvens trazem saudades.

O mar acorda as guitarras...o corpo perde-se

Ao longe...

 

Bem ou mal...

Descarnadas sementes descem do olhar divino

A madrugada traz-me o instante onde o silêncio agonia

De longe em longe anémicas chagas rondam a minha alma

Disperso-me pelas alucinações do que me resta

Ausento-me do meu nome...sei o que não sou

Há uma linguagem irreal à minha volta..

sacra ou colorida por mansas espigas florescentes

Mas falta-me saber quais são os gestos frios...

O irreal...o arrependimento

Procuro acordar dentro do meu suor

A minha mão chama-me...sou o instante apologético

O defensor das feridas

O espelho florescente das árvores

Bem ou mal...

A minha agonia vai de charneca em charneca

De ausência em ausência

Até um que dia uma bala me fira o espírito

E me faça descansar

Obrigatoriamente...