Coisas fugidias
E vamos como dunas enfunadas
Excessivas e fugidias
Em nós brilha a luz do fim
A sílaba que salta do cardume prateado
Nos oceanos moram os sonhos
As coisas sem nome
O corpo quente das distâncias
Esperamos que as marés nos tragam a garrafa
A mensagem que diz para não nos perdermos...
Trouxe-a um peixe
Carregou-a de significados
Separou-a dos pensamentos
Já não há mãos a acenar
Os comboios agora são apenas fins de cidades
As sensações são agora coisas que balbuciamos
Asas de pássaros submersos
Corpos de algures
Abandonos de flores...murchamos
Murchamos pelo excesso de palavras
Murchamos porque os rios são sementes de lodo
Murchamos...quais golfinhos sem cauda e sem família
Abandonados ao frio das redes
Corpo de homem e cabeça de marinheiro
Maré..maré...maré alta...estrela afogueada
Elemento primordial da divisão das estrelas...
fim e infinito
onde?