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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

A vacuidade dos sonhos

Beija depressa o fundo do meu sonho

Afoga-te nessa acendalha de ternura

Porque só eu sei ouvir o lume que aquece os vidros do tempo

Só eu vejo os sonos blindados nas frontarias de cal

Onde as rajadas de vento cantam como rouxinóis.

E as mãos secam o tumulto das horas

De que serve perguntar pelas cortinas fechadas?

De que serve servir de mestre e espada?

Se o risco dos lábios se levanta

E as palavras que nunca se acomodam

São objectivas ...grandes angulares

Feitas de vida e vinho e ritmos frenéticos

Aí está a vacuidade dos sonhos

A despedidas dos dias

A vida feita lenha e água

Mas a chama...

A chama de abrir muros e ganhar batalhas

Nunca seca.

Fragmentos de amor

O tempo acomoda-se na folhagem cinzenta

Os dias simulam ser as asas dos olhos

Os lábios percorrem os vitrais

Punhais desabrocham nas mãos do mundo

O pão fermenta nos abismos

Florescem rosas em regaços de pecado

Um dia... as palavras comerão os abutres

Os fósforos arderão nas asas das preces

Tudo será pedra..pia baptismal de poemas

Mancha de fogo subindo pelo sangue

Atrás de mim...o mar arde

Os pobres aquecem-se no rumor das dunas

Ausento-me destes segredos

As sombras tropeçam na piedade dos momentos

O cheiro a couro cru invade a longa travessia dos quartos

A incerteza é a corda por onde subimos a pulso

Até ao fim das manhãs e do sexo

Até ao fim do crescimento dos incensos

Dos pedaços dos ossos despedaçados

Do nascer...da extrema penúria da alma

Do verde nervoso das plantas

Mas peço-te

Que ao som do canto das noras profundas

Me dês os teus fragmentos de amor...