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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

O fundo do teu nome

Tu...que conheces o fundo do teu nome.

E ao entardecer falas do sono das areias

Repara que a corda onde penduras a vida

É uma gota de mármore feita de pele profunda

Repara que o vento

Entra pelas frestas amachucadas do frio

E que a noite se dispersa em mil e umas luzes

Refaz-te da caminhada

Entra na sombra amiga da luz

Deita-te a perder de vista

Só tu poderás ceifar a seara

Só os teus passos serão caos e fraternidade

Para além de ti

Há as quilhas que cantam sobre as vagas

E se despem junto ao peito despedaçado das águas

Hoje e sempre.

Bebi o fel do mundo

Naquele dia cantei como se fosse apenas mais um dia

Sequei rios...bebi o fel do mundo

Cantei como se acendesse

As páginas atlânticas dos meus punhos

Como se erguesse um código

Onde a memória tropeça...boquiaberta

Cidade ou cegueira..pensar

Porque o tempo é o ofício da memória

E o chamamento do mar

Enche-nos o corpo de falésias escarpadas

Arder...dentro de uma promessa

Colher..estrelas do mar...e zarpar

Zarpar dentro de uma ferida de vento

Conjugar a arte de marear

Clamar pelo regresso dos incertos

Crescer dentro de um espírito

Que arde na alva clave de sol

Tudo vem do tempo das rochas

O dentro e o fora são memórias.

A garra que nos atrai

É o fogo da cegueira a queimar a lua

É a melancolia a lavrar a cidade

É a cigarra ferida pelo fim do verão

É a nau...

Que voga sozinha por entre a multidão.