Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Credor do tempo.

Há estranhas vozes que ecoam nas letras

É estranho o espaço da insónia

A glória das janelas abertas

A velocidade do grito

A visão da fúria dos desertos

As coisas que não ousamos e as que usamos.

 

Aposto que conheces o interior do vento

Aposto que conheces a gravidade da vida

Aposto que sabes que o olhar das emoções

Se mostra no final das lágrimas

E que o cair da noite dilata as perpectivas.

 

É tão bom beber o suco da vida

Quebrar o sonho da ave

Pertencer apenas às palavras

Cismar com elas

Permanecer no princípio do querer

Andar a mil há hora num temeroso rasto de cometa

Que desliza pelo corrimão das escadas.

 

 

Sabes quantas lágrimas cabem dentro das horas?

E quantos sonhos invadem a sede?

E que falar de amor é acabar com o cansaço do infinito?

Sim...eu sei que sabes

Sei que tens os lábios secos

Sei que ainda não entraste na imobilidade do silêncio

Sei que ainda não derramaste o teu tempo

Pelas frestas inventadas das flores

Sei que já foste ao cimo dos choros

E que fingiste deslizar pela alucinação das sílabas

E que como uma janela entreaberta ao cair da noite

Fingiste ser o credor do tempo.

O teu relógio é uma palavra

O interior da eternidade

Vive junto ao leito manso da viagem

Voltarás a morrer

Sempre que a saudade te descobrir

Conhecerás a fonte sanguinolenta

Sempre que o calor te afastar da madrugada

Um dia...recomeçarás..serás e não serás

É assim o partir...o norte...a morte

O teu próprio corpo te dirá que já não quer

Prefere o túmulo envidraçado das estrelas

Prefere entrar para o interior da ausência

Dispersar-se pelas colinas...colonizar mundos

Mas por agora

O teu relógio é uma palavra

Um assobio rubro

Um corpo que fala de diluição.