Para alguém que partiu
Como dizia Thoreau, é preciso chupar o tutano da vida, para um dia não dizermos que não vivemos.
E chupar o tutano da vida é isso, construir serenamente uma outra vida. Ir ao encontro dos desencontros como quem quebra uma barreira de vidro. Ter a coragem de procurar no ar, no vento, um outro instrumento para tocar. Uma outra pauta que é preciso arrancar de dentro de nós. Ir. Como quem vai rodeado de uma luz intensa. Como quem deixa para trás as agonias. Como quem vence quem nada quer da vida. Por isso, Ana, vai. Rosto a acariciar um novo dia. Uma nova luz. Uma nova plenitude. Cavalga os teus cavalos de espuma. Os teus luminosos abismos. Vai. Ao longo dessa linha clara. Ao longo dessa lógica de vida. Deixa o teu rasto para quem fica. Deixa-o para que aqueles de quem gostas e que gostam de ti...te possam seguir.