A dimensão do amor
Gosto da maneira como os dias se esquecem de inventar o mundo
Gosto de praticar a arte de percorrer a vida com os olhos desprotegidos.
Há um abismo entre a razão de existir
E a emoção intolerável dos teus lábios
Há uma largura alta e forte na tua alma
E um prazer permanente a adocicar as emoções
Gosto de apertar em mim todas as dimensões do espaço
E depois de beijar o infinito..inventar palavras de amor
E escrevê-las com a minha língua no teu corpo nu.
É excessiva esta tempestade de lágrimas
Há tanta gente dentro das lágrimas..
Que a tempestade é sobretudo uma forma anónima de te amar...
Chamo por ti e fecho os olhos
Pratico a inexistência de ser saudade
E paro dentro dos silêncios da tua voz.
Há uma geografia dentro de um orgasmo
Uma maneira de aplacar os temores
Resta-nos o gosto de ser carne...
Prometo que dentro do frio moram as fragilidades da morte
Abro-te como a uma porta
E esqueço-me de sair...