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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Que lugar é esse

Que lugar é esse onde as vozes se escondem em sufocos cristalinos

Que luzes de coral e bruma nos guiarão pelos naufrágio dos dias

Até que descansemos destas ilhas de profunda melancolia

Seguiremos em filas oceânicas feitas de sangue naufragado

Jamais os nossos corpos se vestirão de dálias flutuantes

Jamais encontraremos o caminho

Que atravessa as sólidas portadas dos suspiros

Somos o cardume exangue que trepa pelas tristezas

Depositando todo o alívio dos dias em cemitérios

Enfeitados com enjoativos aromas de flores murchas e suspirantes

Mas a chuva regará o nosso emaranhado de desertos sem frio

A chuva trará cúmplices amanhãs de tâmaras compulsivas

E quando tudo murchar num sono de tremeluzentes crepúsculos

Será o triunfo dos nossos sorrisos apagados que brilhará nas trevas

Será a ausência de um coração vibrante que nos acompanhará

Como um estranho fardo feito de aromas a incenso

Cansado de arder a em vão!