Que lugar é esse
Que lugar é esse onde as vozes se escondem em sufocos cristalinos
Que luzes de coral e bruma nos guiarão pelos naufrágio dos dias
Até que descansemos destas ilhas de profunda melancolia
Seguiremos em filas oceânicas feitas de sangue naufragado
Jamais os nossos corpos se vestirão de dálias flutuantes
Jamais encontraremos o caminho
Que atravessa as sólidas portadas dos suspiros
Somos o cardume exangue que trepa pelas tristezas
Depositando todo o alívio dos dias em cemitérios
Enfeitados com enjoativos aromas de flores murchas e suspirantes
Mas a chuva regará o nosso emaranhado de desertos sem frio
A chuva trará cúmplices amanhãs de tâmaras compulsivas
E quando tudo murchar num sono de tremeluzentes crepúsculos
Será o triunfo dos nossos sorrisos apagados que brilhará nas trevas
Será a ausência de um coração vibrante que nos acompanhará
Como um estranho fardo feito de aromas a incenso
Cansado de arder a em vão!