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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

O degrau

Sento-me no degrau pintado de vermelho sangue

Estrondos de loucura caem sobre os meus ombros antigos

E eu já não desço da noite quente...estou feliz

Fechei-me na ferida que sangra

Senti uma perturbante ânsia de prolongar a noite

Como se águas mascaradas de chão

Passassem por mim em rasgadas fúrias

E vómitos de enxofre me chegassem aos ouvidos

Como crimes comestíveis que florescem debaixo dos meus pés

Salto sobre todas as feridas e sobre todos os desamparos

Exalo lentamente um último fôlego frenético e fluorescente

E caio desamparadamente dentro de um vulcão de palavras

Que descansam no meu rosto espantado pelas auroras boreais

Enquanto a minha cabeça roda pelos restos dos silêncios

Silêncios bebidos numa sórdida tasca

Que cheirava a fulcrais dias de insanidade.