O pão do amor
Faça-se silêncio no mundo
Cascatas poisem nos teus ombros
Fúteis são os caminhos a percorrer
O destino é um só
Corpos e braços...vagas sentidas de amor
Paz talhada em corpo nu
Encontro de ramagens...vértice de flor
É assim o nosso destino
É assim a nossa flutuação num lençol de renda
Palavras que não se sabem dizer
Ecos de poesia que se sentem no coração
Mergulhamos em lagos de coisas sentidas
Tu e eu acesos...tu e eu num mundo de naufrágios
Sentinelas de luz pueril a encomendar o sonho
Tanto peito....tanto paraíso...tanto abraço
Somos a esfera rolando por dentro dos beijos
Somos o círculo que nunca se quebra
O musgo que se agarra às pedras
E só há um caminho...um único caminho
Para descobrir o perfeito desejo de estarmos juntos
Para rasgar as avalanches
Que se precipitam na nossa luz
Por fora de nós as tardes amenas
E nunca é tarde para percorrer as sombras dos bosques
Para sermos o centro de dois corpos
Para sermos plenos como um cosmos sem fim
Para sermos apenas duas espigas doiradas
Que se constroem grão a grão
E que são o pão do amor que nos alimenta.