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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Possuías uma paisagem serena

Possuías uma paisagem serena

Desenrolando-se sob as tuas pálpebras roxas

Sentias que o teu respirar de chumbo

Segurava o vazio das tuas mãos sem reflexo

Escorregava do ar um sufoco de poeira

Que refulgia no ardor da contraluz

Tinhas as veias pintadas de amarelo

Como uma montra irreconhecível

E amavas as constelações de flores

Que resplandeciam na noite estrelada

O teu interior exalava uma claridade

Que devorava os contornos perfeitos da noite

E a tua boca sufocante rodava lentamente

Em torno da minha pele

Não havia vazio nem corria vento

Era apenas um excesso de sol pintado no olhar

Tu devoravas-me...e eu..fechei os olhos

Como se me esvaziasse num pátio de amores

Onde não havia piedade para os corações

Porque eles ardiam num labirinto de excessos

Eles viam paisagens e astros estremunhados

Eles eram noites de espasmos

E nós...

Peregrinos numa trepidante constelação de estrelícias floridas

Buscávamos mutuamente os nossos lábios alucinados

Como pássaros num bailado impregnado de odores embriagantes

Que a nossa noite cobria com mágicas plumas

De sussurros encantados!