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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Noites escaldantes

Como delirantes recusas que incendeiam a inconsciência

As águas subiram pelas frestas dos desertos

Recusam obedecer aos homens

Querem que as praias se lembrem dos corpos despidos

E que absolvam o sol pelos incêndios

Que iluminam a glória das manhãs

Venham ventos cheios de lembranças

Venham repentinos alísios das profundidades

Desçam profetas das noites cobertas de delírios

Absolvam-se os rios e as ruas

Repousem enternecimentos sobre o refrescante desespero

E que as janelas proclamem dias de sátiros

Que repousam sobre mentes falsas

Rindo perdidamente das falsas imagens

Que retinem nas noites escaldantes.