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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Ventos azuis

Despeço-me hoje do jardim

Onde florescem lumes adocicados

Quero esquecer as manhãs

E o preço do sangue no interior dos musgos

Já não me importam as palavras

O meu pássaro fugiu de dentro de mim

Como um inevitável final do destino

Onde as precárias palavras viviam

Vou-me deitar numa cama feita de lírios orvalhados

E descansar do estrangulamento das cidades

Vou ficar quieto e acariciar o sol e o ar

Porque hoje é um dia

Em que a morte é enfeitada com flores rubras

E os corpos cospem ventos azuis

Como estátuas sem tempo para viver.

 

O sol palpita nos telhados

Que ainda se lembram da neve fria

Mas já as águas não descem desamparadas sobre o meu rosto

E eu...

Queria tanto repousar os meus delírios no teu enternecimento.

 

Para além dos lugares onde habitam os líquidos sequiosos

Há rastos de corpos que despertam

Na seiva que a neblina carrega

Olhando os nossos sinais enlouquecidos...estupefactos

Porque quase sempre

Habitamos em várias dimensões...