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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

As fagulhas

Danças...cintilas

Olhas-me pelas vidraças de um baço desamparo

Estou inacessível como um líquido alucinado

Sou feito de papel contaminado

Por palavras que escondem ventos feitos de pedra

Ventos que murmuram abandonos dilacerados

Que falam de ensonadas paisagens

Escondidas em sequiosos fins de tarde

E não podemos estremecer

Nem dilacerar mais as pontes que ruíram.

Despertemos calmamente das cortantes paisagens negras

Dos lugares onde cintilam pássaros de fogo

Enlouqueçamos sobre os nossos corpos

Separados pelo denso nevoeiro

É tempo das memórias irromperem pelos poros

De ganharem asas

Dos sonhos pulsarem repletos de melancolia

De flutuarem sobre os destroços dos dias

Até que as trevas se esmaguem de encontro às labaredas

Onde as fagulhas saltam

Como crianças sopradas pelo espaço

Rindo-se para nós.