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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Numa remota praia

Chegam os dias feitos de areia vermelha

Chovem pedras raras sobre as nossas mãos

Flores flutuam no que ainda nos resta dos sorrisos

E desconhecemos o nome dos frutos

Que explodem de encontro às paredes vazias

Talvez surjam mapas envenenados por estradas desertas

Talvez as cidades cuspam fogos fátuos

Talvez sejamos mais que uma pétala sem nome

Mas somos ecos imprimidos sobre dias feitos de papel molhado

Somos os olhos verdes da infância

Ou uma explosão de textos assassinados

Penduramos fotos nas paredes

Para disfarçar as frestas que o tempo nos impõe

Somos um mapa metálico com reflexos de águas ferrugentas

Somos o que resta de todos os sonhos que os pássaros debicam

Encantamos a vida num enorme cansaço sem sentido

Imprimimos a nossa sombra num eco extasiado

Somos o nosso próprio rosto

Que cospe fogo...que se encanta com as serpentes

que se esconde em conchas vazias...

Numa remota praia sem nome!