Caixas de vida
Enchem-se os corpos de desenhos
Que vigiam os astros
Verga-se a vigília num sopro de vento
Transparecem estrelas sequiosas de luz
E os sonhos... são sereias húmidas
Que lêem os dias com sede de corpos rasgados
Imensas velas feitas com alucinações
Procuram as ilhas encantadas
Jangadas navegando em memórias carbonizadas
Sonhos de fotos apagadas
Caixas onde guardamos o frio de uma vertigem
Sede de velhice sobre águas paradas
Veleiros brancos bebendo absinto em garrafas embriagadas
Tudo cabe na palma da mão
Todos os países e todos os inchaço
Todas as facas e todos os lumes...tudo dá à costa
Inclinada...rochosa...batida por ventos
Que empurram os medos sobre a aragem fugidia
Peçonhenta teia de fumos brancos
É esse o tempo que demora a vida
Que cai num rosto que navega num golpe de mar...