Cantadores do Alentejo - Bubedeira
Alentejo da minh´alma
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Alentejo da minh´alma
Sirvo-te a minha ausência numa travessa enfeitada
Com cortinas de memórias felizes
Quero que me bebas como um licor feito de gestos vazios
Ou como um percurso
Que fazes diante de um espelho desfocado
Bebidos os vinhos espirituosos em noites ácidas
Deitados sobre o fumo
Que atravessa a loucura extasiante dos corpos despidos
E das noites em que agonizámos
Na hesitação das labaredas que nos consomem.
Deitamo-nos agora nas ausências de floridas claridades
Gravadas na areia... imóveis como velas apagadas
Areia onde os sonhos dos pássaros
Mergulham em gelatinosas essências afrodisíacas
Porque nós percorremos outros caminhos
Caminhos onde teremos que imobilizar os nossos pés descalços
Em que teremos que mergulhar
Nas ausência da nossa alma despida
Cheios de inutilidades feitas de gumes aguçados
Para que nos desça pela garganta
O adocicado sabor dos nossos corpos insanos!