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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Vento sem nome

Conheço o ódio das guerras

E os estalos da lenha no fogo

Mas não conheço o que faz os ódios

Pesarem mais que os paraísos

Conheço as tatuagens devoradoras

Que indeléveis nos marcam os dias

Sei que o frio vem do desencanto

E os urros são espasmos do chão... pisado

Conheço a remota glória

Do brilho das jóias apagadas

Sei que a alegria será reinventada algures

Em plena rua..talvez

Conheço os espirros que saem das casas

Sei que as estrelas se põem especadas

Nos beirais dos prédios... desabitados

Conheço a verdade...porque não a conheço

E sei que cada um tem a sua...

Agora que conheço isto tudo

Quero encontrar-me nas espeluncas

Dormir nos lajedos...enterrar-me no frio

Brindar às despedidas da razão

E encontrar os que não se mascaram

Colados ao corpo sagrado de um vento sem nome.