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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Átomo

Ausento-me das coisas

Gasosa ave que pernoita na memória luminosa do ar

E se te falo agora do aroma

E das pulsações molhadas pela saudade

É porque me lembro dos nossos corpos abraçados

Líquidos...atmosféricos

Como rumores de caves oceânicas

Sublimes...grossas...

Como pingos de chuva sólida

Ancorada nas paredes do quarto

Onde secaram os sentimentos.

 

Na volátil solidão da noite

Finjo ter a brancura gasosa dos átomos

Que se multiplicam em milhões de sóis

Como se eu fosse a minha própria metamorfose.