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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Ecos

Tu que caminhas no silêncio breve do sonho

Perto de ti corre a brisa perdida de felicidade

Bebes o ar...sugas o horizonte

Fecundas o mundo com o teu sorriso

E regressas sempre à frescura da infância...

 

 

Em ti se acende a nostalgia das violetas

Em ti se desfazem olhares de grutas sagradas

Em ti se escrevem poemas

Entrelaçados em pequenos gestos de pedra.

 

Tu que ergueste navios a pulso

Que domaste a eternidade

Que decifraste o nome da ausência

Ao longo de ti choram as tempestades

Finas tempestades de amor dorido

E de candura.

 

Na tua mão ergues a harmonia do cosmos

Do teu desapego saltam chispas de egrégios segredos

Quebraste a porta que dá para límpida cegueira

Pegaste no fruto das sombras

E abriste os olhos ao instinto

Descobriste no azul...a brisa

E os caminhos que se abriram foram risos secretos.

 

Ao meio-dia estavas na orla das palavras

Soletradas por conchas

A tarde assombrou-te com o eco do sal

Sobre transparência das ondas

E a noite caiu na hora da dança solene..sagrada.

 

Do centro de ti saiu um mundo

Do teu sonho saíram cavalos alados

Da obstinação das montanhas

Desceram vidas extasiadas

Enquanto dos flancos da chuva

Saía o teu clamor de águia ferida.