Todas as estrelas morrem
No consolo do dia procuro o alimento imprevisto
Procuro o tempo de cada objecto
De cada acto...de cada vidro espelhado
Procuro a sabedoria da floração dos tormentos
O toque subtil das razões
Que brilham na tranquilidade das árvores
Procuro o fruto que adormece na breve fala do estio
E vejo no translúcido tempo
O princípio da ausência inflamada das horas
Vejo o vazio dos dedos
A agarrarem o branco das casas
Vejo as asas esguias das paisagens
Onde nunca estarei
E tudo se mistura num caleidoscópio de vozes
Cidades e rios que acicatam a minha mente
Tudo se apaga num imenso aroma
A corpos debruçados sobre sonhos feitos de vento
E todos os barcos partem
Todos os mares cantam
Todas as estrelas morrem.