Obstinação
Quando as margens se riem
Com o nascimento da luz
Quando o grande mar
Desagua num grito de júbilo
E o silêncio
Traça um circulo de sussurros desamparados
A face nua da seiva
Aparece dentro de uma serena manhã
É o nosso corpo a unidade de pensamento e alma.
A obstinação da pedra
A guiar o sol para os confins de nós
E a águia que voa sobre o clamor da paisagem
E o seio da noite
A atrair os corpos para o tempo do amor.
Damos passos em falso
Habitamos casas escuras
Somos folhagem e sangue de luzes
E somos doces
Como raios de vida cortando a noite.