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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Não é preciso crer em Deus para se estar grato 1 foto 1 texto

 

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Não é preciso crer em Deus para se estar grato. Podemos e devemos agradecer tudo o que temos e até a vida que temos, apenas ao dia que nasce. Tudo é digno de gratidão. Os alimentos e a liberdade. Um abraço e o sopro do vento. As árvores e o vazio do espaço. A música e a esperança. O amor e o silêncio. A noite e todas as coisas em que tocamos. Um livro e um desenho. A paisagem e um corpo nu. Devemos agradecer ao frio e à paciência. Aos peixes e à claridade. E também à nossa alma...esse profundo mistério que desconhecemos. Mas não sejamos pedintes. O pedinte não é o pobre que pede esmola. Esse não é pedinte porque pede por necessidade. O pedinte é aquele que tudo tem e quer ainda mais. O pedinte é aquele que cumpre promessas mas só depois de ver o seu pedido realizado. O pedinte é aquele que sente inveja dos outros. O pedinte é o que tem muito e nada divide. O pedinte é aquele que dorme sobre a vida. O que não acorda para os dias. O que é feito de uma matéria opaca. O pedinte é o que não sabe contemplar. O pedinte é o que não aprecia um olhar. O pedinte é aquele que não colhe a fruta singela do pomar da vida. É aquele que passa na Terra e não deixa rasto. Portanto sejamos gratos, mas não sejamos pedintes.